A água na Lua não está apenas escondida na profundezas escuras das crateras. Há moléculas de água agarradas às poeiras que se soltam com o sol do meio-dia.
NOTÍCIA
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Em agosto de 2018, a NASA deixou claro que existe água na Lua — água congelada na profundidade de crateras escuras. Agora, a agência espacial norte-americana pretende mostrar como é que ela se move: mais ou menos, saltando de poeira em poeira. Mas só do lado visível da Lua. A superfície lunar é feita de poeiras e materiais soltos (o chamado regolito) sobre rocha sólida e as moléculas de águas agarram-se a estas partículas com a força que têm. Pelo menos até ao meio-dia lunar. Chegada a esta hora, o calor (que é como quem diz: a energia) é tal que as moléculas de água se soltam das partículas e andam um pouco à deriva até as temperaturas descerem o suficiente para se voltarem a ligar à superfície.
Este é um resultado importante sobre a água lunar, um tema quente visto que o programa espacial nacional se volta a focar na exploração lunar”, disse Kurt Retherford, investigator responsável por um dos instrumentos do robô lunar da NASA — Lunar Reconnaissance Orbiter, citado pelo SciTechDaily.
Este instrumento — LAMP, Lyman Alpha Mapping Project — avaliou a hidratação lunar ao longo do dia com base na forma como as moléculas aderem temporariamente às partículas à superfície do solo lunar.
Os resultados foram publicados na revista científica Geophysical Research Letters e vêm contrariar a ideia anterior de que a água na Lua tinha origem nos ventos solares. Não, os ventos solares não arrastam as moléculas de água, mas hidrogénio, e essa poderia ser a origem dos dois átomos de hidrogénio que compõem as moléculas de água (H2O). Se assim fosse, sempre que a Terra se coloca à frente do Sol, a Lua ficaria protegida dos ventos solares e a quantidade de água à superfície diminuiria, mas isso não acontece. Logo, os ventos solares não explicam a formação de água no nosso satélite natural. Estes novos resultados são importantes para perceber o ciclo da água no satélite terrestre, a história da Lua e podem até vir a ser úteis para futuras missões espaciais. “A água lunar pode vir a ser usada como combustível, como escudo contra a radiação ou para fazer a regulação térmica”, disse Amanda Hendrix, investigadora no Instituto de Ciências Planetárias e primeira autora do artigo científico. “Se estes materiais não tiverem de ser enviados da Terra, vai tornar as missões futuras mais acessíveis.”
Consultado a 11/03 às 19h50:https://observador.pt/2019/03/11/ao-meio-dia-lunar-ha-moleculas-de-agua-a-voarem-em-torno-da-lua/
COMENTÁRIO
A descoberta de água noutros corpos celestes, apesar de estar relacionada com o campo da Geologia, é sempre uma mais valia para a biodiversidade: imaginemos a propagação da vida além da Terra. Se novas espécies se desenvolvessem sobre as condições lá dadas e se adaptassem ao meio, seria um marco histórico para a Biologia. Mas não só, como é previsto, em poucos anos a água tornar-se-á num recurso natural escasso e caro, com o avanço da tecnologia podemos extrair água da lua a baixo custo (a tecnologia cada vez está mais avançada e arranjaria alternativas para contornar o obstáculo do elevado custo de produção de materiais utilizados em missões espaciais, talvez com materiais mais elementares, mas eficazes: capazes de cumprir a missão cujo fim seria coletar água). Todavia, há alguns anos, descobrira-se que havia água no estado sólido noutro corpo celeste muito próximo da Terra, Marte: o planeta vermelho. Quando a vida estiver impossibilitada no planeta azul, podemos talvez imaginar uma evasão da espécie humana para outros corpos celestes no espaço sideral. A Tecnologia está a avançar a passos largos e é importante que tenhamos a cabeça aberta a novas realidades capazes de revolucionar o modo de vida.
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